quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Vim para o Brasil para reconstruir sonho de estudar, diz haitiano sobrevivente de terremoto

Catástrofe no Haiti em 2010 interrompeu projeto de Robson Baptiste, 29 anos, de cursar Relações Internacionais; ele hoje vive em SP e busca voltar a estudar


Em 12 de janeiro de 2010, um terremoto de grande escala atingiu o Haiti, deixando mais de 300 mil pessoas mortas. Na ocasião, entre milhares de desabrigados nas ruas da capital Porto Príncipe, estava Robson Jean Baptiste. Com a catástrofe, o haitiano teve que interromper bruscamente os seus projetos.

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Nascido em Porto Príncipe, Haiti, Robson Baptiste chegou ao Brasil em abril de 2012
 

"Eu saí da escola (ensino médio) em 2008. Estava me preparando para prestar o vestibular que seria em janeiro (2010), exatamente quando o terremoto passou", relata Robson, hoje com 29 anos e morador do bairro do Glicério, SP. 
 
Os tremores destruíram a casa e o pequeno comércio da família de Robson. "O terremoto acabou com tudo. Não tínhamos para onde ir. Ficamos três meses dormindo na rua sem saber o que fazer", relembra.
 
 
A perda mais dolorida, no entanto, foi a morte de amigos nos escombros de Porto Príncipe. "O momento mais difícil foi saber que meus amigos tinham morrido. Foi quando resolvi viajar para bem longe para tentar esquecer aquele momento. A cada dia que passa, vou esquecendo um pouco mais. Aqui no Brasil é mais tranquilo", diz.
 
Em 2012, dois anos e meio após a tragédia, Robson desembarcou em São Paulo. Desde então, entre idas e vindas em busca de trabalho, traçou o objetivo: cursar Relações Internacionais.
 
"O terremoto destruiu meu sonho de fazer universidade em 2010. Aqui (Brasil) tem mais oportunidades e quero reconstruir esse sonho. Espero conseguir trabalhar para juntar dinheiro e estudar Relações Internacionais", afirma.
 
Para Robson, a principal vantagem de estar no Brasil é ter “liberdade para trabalhar e não depender de ninguém para alcançar os objetivos”. “No Haiti era ruim para trabalhar. Aqui eu já trabalhei como garçom, em uma empresa de gás, entre outros. Gosto dessa liberdade e de não depender de ninguém”, afirma.

Fonte: Opera Mundi

2 comentários:

  1. Vai em frente, cara; não há nada que a vontade determine que a razão não faça acontecer.

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  2. Vai em frente, cara; não há nada que a vontade determine que a razão não faça acontecer.

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