A Universidade é a instituição que forma todos os graduados, mestres e
doutores. Se você observar, vai notar que todos os juízes do Poder Judiciário,
quase todos os parlamentares do Poder Legislativo e a grande maioria das
pessoas que dirigem os diversos órgãos do Poder Executivo, sobretudo nos níveis
estadual e federal, foram formados pela universidade. Uma instituição com
tamanha responsabilidade não tem o direito de cultivar preconceitos ou
discriminar estudantes que nela ingressam em busca de formação profissional e
humanística. Paradoxalmente, são abundantes os exemplos de prática de
discriminação nas universidades brasileiras, em decorrência de preconceitos.
Mais absurdo ainda é constatar que a esmagadora maioria dos dirigentes e professores
não tem se preocupado com essa tormentosa questão.
Dia 07/12/2014, o site da UOL divulgou denúncias de racismo, discriminação e
violência sexual envolvendo alunos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
(USP) que começaram a ser investigadas pelo Ministério
Público, a pedido do "Coletivo Negro" que atua no interior da Universidade e representantes
de movimentos sociais externos. O site da UOL Uma das possibilidades do
resultado da investigação poderá ser a assinatura de um TAC (Termo de
Ajustamento de Conduta). O MP pode concluir pela impetração de uma ação civil
pública por danos morais coletivos.
O site citado informa que o hino da
bateria do curso de medicina contém
termos pejorativos, como "preta imunda", "loirinha bunduda"
e "morena gostosa". Relata ainda a ocorrência de dois casos de
violência sexual que estão também sendo investigados. Um deles ocorreu em uma
república; o outro, no interior do campus.
Nos protestos ocorridos em frente do Ministério Público e da Faculdade
de Medicina, os manifestantes pedem, entre outras punições, que os alunos sejam
obrigados a fazer cursos contra a discriminação promovidos pela Universidade.
Nós que lutamos para instituir no Brasil uma sociedade solidária e
humanista, onde todos possam participar de seu desenvolvimento, esperamos que o
MP atue com firmeza e seriedade, para inibir futuras ações discriminatórias.
É lamentável que
universitários respondam ao privilégio de estar na universidade cultivando
preconceitos contra os próprios colegas. Nosso papel é denunciar e exigir
medidas que desestimulem este tipo de postura. (Texto de Joaquina
Lacerda Leite – militante político-social).
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