segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Racismo na universidade – um absurdo intolerável

A Universidade é a instituição que forma todos os graduados, mestres e doutores. Se você observar, vai notar que todos os juízes do Poder Judiciário, quase todos os parlamentares do Poder Legislativo e a grande maioria das pessoas que dirigem os diversos órgãos do Poder Executivo, sobretudo nos níveis estadual e federal, foram formados pela universidade. Uma instituição com tamanha responsabilidade não tem o direito de cultivar preconceitos ou discriminar estudantes que nela ingressam em busca de formação profissional e humanística. Paradoxalmente, são abundantes os exemplos de prática de discriminação nas universidades brasileiras, em decorrência de preconceitos. Mais absurdo ainda é constatar que a esmagadora maioria dos dirigentes e professores não tem se preocupado com essa tormentosa questão.
Dia 07/12/2014, o site da UOL divulgou denúncias de racismo, discriminação e violência sexual envolvendo alunos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) que começaram a ser investigadas pelo Ministério Público, a pedido do "Coletivo Negro" que atua no interior da Universidade e representantes de movimentos sociais externos. O site da UOL Uma das possibilidades do resultado da investigação poderá ser a assinatura de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). O MP pode concluir pela impetração de uma ação civil pública por danos morais coletivos.
O site citado informa que o hino da bateria do curso de medicina  contém termos pejorativos, como "preta imunda", "loirinha bunduda" e "morena gostosa". Relata ainda a ocorrência de dois casos de violência sexual que estão também sendo investigados. Um deles ocorreu em uma república; o outro, no interior do campus.
Nos protestos ocorridos em frente do Ministério Público e da Faculdade de Medicina, os manifestantes pedem, entre outras punições, que os alunos sejam obrigados a fazer cursos contra a discriminação promovidos pela Universidade.
Nós que lutamos para instituir no Brasil uma sociedade solidária e humanista, onde todos possam participar de seu desenvolvimento, esperamos que o MP atue com firmeza e seriedade, para inibir futuras ações discriminatórias.
É lamentável que universitários respondam ao privilégio de estar na universidade cultivando preconceitos contra os próprios colegas. Nosso papel é denunciar e exigir medidas que desestimulem este tipo de postura.                           (Texto de Joaquina Lacerda Leite – militante político-social).

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