segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

DIOLINDA, MINHA MÃE


(criada em 2001 e modificada em 23/03/2012)

Quando a vejo, assim, tão frágil
e tão forte diante da perda
de filhos, marido, pais, irmãos, tios, avós,
Não posso deixar de admirá-la intensamente.

Quando a vejo, assim, tão velhinha ,
E tão sofrida por um malvado lúpus
que lhe perseguiu a severamente
dos vinte aos cinquenta  anos
Levando-a, tantas vezes, a chamar a morte
Nos tórridos verões da caatinga tremedalense,
Eu fico embevecida com a fortaleza
Dessa nordestina baixinha e gigante.


Quando a vejo assim
tão magrinha, tão curiosa,
E tão cheia de vida e de esperança,
Eu sinto compaixão e repulsa
pelos muros de lamentação
pintados com a cor fosca da apatia




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