domingo, 25 de outubro de 2015

Seis meses após lei ser promulgada, Chile realiza primeiras uniões civis de casais gays


'A grande notícia deste dia histórico é que, a partir de hoje, o Estado chileno reconhece que casais do mesmo sexo são uma família', disse ativista


A espanhola Virginia Gómez e a chilena Roxana Ortiz se casaram nesta quinta-feira (22/10) no Chile e se tornaram o primeiro casal do mesmo sexo a legalizar sua união neste país, que realizou hoje as primeiras cerimônias do Acordo de União Civil (AUC).
"Estou super emocionada não só porque estou fazendo parte de um momento histórico deste país que me acolheu com tanto carinho, mas porque volto a recuperar tudo o que perdi quando cheguei ao Chile", explicou Virginia aos jornalistas após carimbar o registro no cartório de Santiago.
Agência Efe

Virginia Gómez e Roxana Ortiz com o livreto do Acordo de União Civil (AUC), em Santiago
A lei de Acordo de União Civil entrou em vigor hoje para regular pela primeira vez no Chile a união legal de pessoas que não estão casadas, sejam ou não do mesmo sexo. A norma, promulgada em 13 de abril pela presidente do Chile, Michelle Bachelet, entrega a proteção patrimonial e os direitos civis aos cônjuges e regula os efeitos de sua vida afetiva em comum, de forma estável e permanente.
A vigência do acordo é um "marco histórico" para as organizações que lutam pelos direitos das minorias sexuais em um país conservador como o Chile, que só aprovou o divórcio em 2004 (no Brasil, por exemplo, o divórcio é permitido desde 1977) e onde ainda se discute a descriminalização do aborto em três casos.
"É um momento histórico emocionante. Dedicamos a todos os casais homoafetivos que não conseguiram estar vivos para desfrutar os padrões básicos de igualdade", assinalou o líder do Movimiento de Integración y Liberación Homosexual (Movilh), Rolando Jiménez.
A união de Virginia e Roxana, que já tinham se casado legalmente na Espanha e têm uma filha juntas, foi a primeira das mais de 150 cerimônias realizadas hoje em todo o país.
"Voltar a dizer 'sim, eu aceito' foi como vivê-lo pela primeira vez ou até melhor", explicou Virgínia, que acrescentou que um dos temas que mais preocupava o casal era o da custódia de sua filha de 14 anos caso acontecesse algo a Roxana, a mãe biológica.
"Ela tem 14 anos, ia ficar sozinha, ia perder todos os direitos. Qualquer pessoa teria mais direitos sobre ela do que eu e agora isso mudou", explicou.
Fonte: Opera Mundi

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