Assassinada há 17 anos, a historiadora negra e ativista do movimento negro, Maria Beatriz Nascimento, recebeu dia 28 de janeiro, homenagem póstuma no Instituto de Pesquisas das Cultura Negras do Rio de Janeiro. |
(por Alex Ratts)
Maria Beatriz Nascimento (1942-1995) é intelectual ativista negra
contemporânea de Eduardo Oliveira e Oliveira e Hamilton Cardoso. Nasceu em
Aracaju, Sergipe e, no final da década de 1940, migrou com a família para o Rio
de Janeiro. Em 1971 graduou-se em história pela UFRJ. A partir de 1975 foi uma
das principais Construtoras do IPCN onde destacou-se como uma das mais
importantes militantes, com destaque por seu trabalho de levar a história do
negro às Escolas de Samba. Esteve à frente da criação do Grupo de Trabalho
André Rebouças, em 1974, na Universidade Federal Fluminense (UFF),
compartilhando com estudantes negros/universitários(as) do Rio e São Paulo, a
discussão da temática racial na academia e na educação em geral, a exemplo da
Quinzena do Negro realizada na USP em 1977. Concluiu a Pós-graduação lato sensu
em História na Universidade Federal Fluminense, em 1981, com a pesquisa “Sistemas
alternativos organizados pelos negros: dos quilombos às favelas”. Seu trabalho
mais conhecido e de maior circulação é a autoria e narração dos textos do filme
Ori (1989, 131 min), dirigido pela socióloga e cineasta Raquel Gerber. Essa
película documenta os movimentos negros brasileiros entre 1977 e 1988, passando
pela relação entre Brasil e África, tendo o quilombo como idéia central e
apresentando, dentre seus fios condutores, parte da história pessoal de Beatriz
Nascimento. Através dessa participação, percebe-se outra face de suas
atividades: a poesia. Ao longo de vinte anos, tornou-se estudiosa das temáticas
do racismo e dos quilombos, abordando ainda a correlação entre corporeidade
negra e espaço e as experiências de longos deslocamentos socioespaciais de
africanos(as) e descendentes, por meio das noções de “transmigração” e
“transatlanticidade”. Seus artigos foram publicados em vários periódicos, como
Revista de Cultura Vozes, Estudos Afro-Asiáticos, Revista do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, Isto é, Jornal Maioria Falante e Última Hora.
Há também registros dela em entrevistas a jornais e revistas de grande
circulação nacional, a exemplo do Suplemento Folhetim da Folha de São Paulo, Revista
Manchete, além de ensaios e poemas inéditos.
FONTE: Mama Press
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