segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

A ARQUEOLOGIA DA DIÁSPORA AFRICANA NOS ESTADOS UNIDOS E NO BRASIL: PROBLEMÁTICAS E MODELOS

Luís Cláudio P. Symanski (Professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Symanski@ufl.edu)

Este artigo faz uma revisão da literatura sobre a arqueologia da diáspora africana nos Estados Unidos e no Brasil, focalizando os principais temas estudados e os modelos teóricos que têm sido empregados para entender a dinâmica social das populações africanas na diáspora, sob o viés da cultura material presente nos sítios históricos.
O grande volume de pesquisas realizadas nos Estados Unidos desde o início da década de 1970, em contextos como senzalas de plantations, sítios rurais do período pós-emancipatório, quilombos, unidades domésticas urbanas, cemitérios urbanos e rurais dentre outros, não permite uma revisão exaustiva do tema, de modo que áreas que têm tido um significativo desenvolvimento, como a arqueologia mortuária, não foram aqui contempladas. No Brasil, por outro lado, as pesquisas são ainda raras, embora tenham se acentuado ao longo da última década, o que inviabiliza uma abordagem orientada para o desenvolvimento e as mudanças de perspectivas teóricas. Não obstante, escavações realizadas em quilombos e senzalas, em algumas regiões do Brasil, têm permitido um conhecimento mais aprofundado das condições materiais de vida de grupos escravizados e de sua capacidade de agência, frente às limitações impostas pelo sistema escravista.
FONTE: Revista Afro-Ásia, 49 (2014), 159-198. Faculdade de Filosofia da UFBA.

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